Durante as primeiras décadas do século XX, a cidade de Natal se encontrava em um momento preocupante de insalubridade urbana, agravada pela ausência de infraestrutura adequada na cidade e pelos hábitos considerados anti-higiênicos da população. À vista disso, surgiu a necessidade da administração pública intervir no espaço concreto da Capital potiguar, realizando modificações tanto no meio urbano como na escala do edifício, em especial nas habitações, e colocando em prática os estudos sobre higiene em circulação à época. Assim, objetiva-se compreender as transformações de caráter higienista desencadeadas pela intervenção do poder público nas habitações natalenses durante a década de 1920. Para tanto, fez-se uso de relatórios de governo como forma de compreender e analisar eventuais posturas municipais adotadas na época. Também foram utilizados autores que se debruçaram sobre o estudo da insalubridade em Natal nas primeiras décadas do século XX e a consequente implantação de normativas construtivas na cidade, sendo esses Almeida (2005), Dantas (2003), Eduardo (2000) e Ferreira (2008). Diante dos resultados, nota-se que a administração pública, durante o recorte temporal em estudo, não visava a assistência técnica da população em situação de vulnerabilidade social, impossibilitada de atender às exigências construtivas impostas pelo Poder Público, sendo necessária a realocação de tal comunidade para que surgisse uma Natal efetivamente "bela e higienizada" aos olhos da elite.
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