Yuri Simonini contribui com um capítulo no livro Nordeste e Sertões: instituições, política, agentes e trabalhadores.

Daniel Moratori, | Pesquisa

O pesquisador Yuri Simonini contribui com um capítulo no livro Nordeste e Sertões: instituições, política, agentes e trabalhadores. O trabalho é intitulado O Sertão sob a Égide do Estado: a Institucionalização do Nordeste Brasileiro (1909-1930).



Resumo:
Na primeira década do século XX, os quadros técnicos do Governo brasileiro já acumularam dados suficientes para compreenderem melhor as características físico-geográficas da parte setentrional do país, posteriormente denominada Nordeste. Os debates ocorridos no Instituto Politécnico Brasileiro em 1877, a produção bibliográfica e o envio de comissões técnico-científicas alteraram de maneira paradigmática a forma de atuação dos Poderes Públicos, antes preocupados em ações meramente emergenciais e assistencialistas. A ação deveria ser executada sistematicamente a partir de obras estruturantes visando não somente a garantia hídrica e alimentar do sertanejo, mas igualmente permitir pleno desenvolvimento das atividades econômicas. Entretanto, faltava ainda uma centralização operacional para gerir tamanho esforço de reorganização do território. 

Este artigo aborda os impactos da criação da Inspetoria de Obras Contra as Secas e sua posterior federalização a partir da ideia de constituição de uma "Cultura Técnica". Ou seja, as intervenções espaciais no sertão foram produtos de uma racionalidade tecnicista que introduziam novos elementos à paisagem nordestina como estradas de ferro de penetração, reservatórios de água modernizados, produtos cartográficos mais precisos, estações meteorológicas, além de criação de hortos para educação e pesquisa agrícola. Para tanto, o uso de fontes documentais como os relatórios técnicos produzidos pela I(F)OCS, mapas, legislação própria e bibliografia pertinente demonstram, em conjunto, não apenas a organização de quadros específicos dentro da estrutura governamental para enfrentamento das consequências das irregularidades pluviométricas, mas na concepção de um espaço antrópico sob o viés técnico. O texto, inicialmente, aborda a concepção e as primeiras ações da IOCS e, em seguida, trata das mudanças estruturais da federalização da inspetoria e das atividades subsequentes.

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