A imprescindibilidade de aprimorar a produção algodoeira estadual, por meio da melhoria e expansão das vias de circulação e do processo produtivo dessa fibra, desembocou numa série de intervenções governamentais, na primeira metade do século XX, encabeçadas pelo Ministério da Agricultura, Inspetoria Federal de Obras Contra as Secas e Governo estadual. Esses entes estatais atuaram sobre o espaço norte-rio-grandense a fim de possibilitar a infraestrutura logística adequada à otimização do seu arranjo produtivo. Destarte, o objetivo do presente trabalho consiste em compreender a influência das intervenções político-econômicas envolvendo a cotonicultura nas ações voltadas ao transporte de mercadoria e modernização do território no RN. Para tanto, toma-se como constructo teórico fulcral a categoria de análise de uso do território, proposta por Milton Santos (1999, 2008, 2009), associada à dinâmica das redes técnicas conceituadas por Corrêa (1996, 2012) e Dias (2000). Tais aportes respaldaram sua confrontação com a análise crítica dos relatórios governamentais publicados à época e a historiografia local. Objetivamente, o uso do território instituído pela política algodoeira, por meio das redes de circulação, fez o algodão potiguar chegar em 1938 com mais de 2/3 do total produzido categorizado na qualidade de primeira classe. Auxiliou, também, na disseminação do plantio dessa fibra pelo estado e no processo de articulação intrarregional dos municípios potiguares.
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