A necessidade de expansão em direção ao interior da parte setentrional do Brasil, no final do século XIX, levou o governo a estruturar um órgão técnico, nas primeiras décadas do século XX, a fim de estudar as potencialidades da região, cujos dados se convertem em mapas, que deram base às obras contra os efeitos das longas estiagens. Desvelar a aplicação do conhecimento técnico-científico contido numa representação cartográfica, na definição e no domínio do território nordestino é o objetivo deste trabalho. Para tanto, analisa-se três peças gráficas confeccionadas pela Inspetoria de Obras Contra as Secas - IOCS -, entre 1910 a 1915, publicados na série I-G, referente às regiões flageladas pelo fenômeno das "secas". A confecção do material cartográfico carregou em si uma evolução conhecimento técnico sobre o Nordeste e na efetivação das obras realizadas pela Inspetoria, além de representar o alcance e o controle do poder estatal.
Palavras chaves: Cartografia histórica, Saber técnico, Relações de poder, Território das secas, Nordeste/Brasil.