TAVARES, Frederico Augusto Luna. Moldando os pilotis de Pinho: diálogos e caminhos de pesquisa para audiovisual e arquitetura. In: Anais do 4º Simpósio Científico do ICOMOS Brasil. Anais...Belo Horizonte(MG) Rio de Janeiro, 2020.

Componentes: Frederico Augusto Luna Tavares
Período: 2020
Resumo:

Este breve artigo adaptado trata dos caminhos que nortearam a tese"Uma trajetória des-viável: o percurso profissional de Arialdo Pinho entre Natal e Fortaleza", cujo trecho permeia os caminhos trilhados pelo projetista prático Pinho. Nascido no Rio de Janeiro/RJ, deixou importantes obras modernistas nos anos entre 1951 a 1958 nos abastados bairros projetados Tirol e Petrópolis, em Natal, e na década seguinte, até 1985, ano de seu falecimento, na capital do Ceará, onde ampliou suas possibilidades projetuais. Sua vasta obra é composta por residências modernistas, lojas de departamentos, agências bancárias, faculdade, fábricas, cinema, hotéis, sede de rede de TV, condomínios habitacionais, atuando, também, na área de design de móveis e decoração de interiores. Entretanto, grande parte deste patrimônio construído em muito já fora demolido ou passa por contundentes modificações de seus projetos originais, seja na fachada ou no volume como um todo, desviando seus usos originais, transformando-se em estabelecimentos comerciais; outros exemplares, contudo, ou foram demolidos ou encontram-se abandonados. Porém, sua vida profissional não somente fora marcada pelo sucesso, mas também por querelas com a classe dos arquitetos, visto que, não detinha curso superior. Para se chegar a sua trajetória, buscou-se o suporte de plurais fontes extraídas de inventários voltados para arquitetura e urbanismo e engenharia. Em nível institucional, além do acervo de grupos de investigação acadêmica, arquivos públicos e pessoais (documentos, atas, processos jurídicos, fotografias, plantas e croquis, além de entrevistas com professores/pesquisadores, engenheiros, arquitetos e urbanistas, ex-moradores das vivendas), mais visitas in loco em diversos exemplares modernos de sua autoria. O resultado desta narrativa videográfica e suas idiossincrasias, segue os aportes de Carolina Rivas, Silvio Da-Rin, Rodrigo de Almeida Ferreira e Luis Urbano, que moldaram a sensibilidade do olhar, desenharam os sentimentos, ampliaram o diálogo com a paisagem natural e edificada e com os personagens múltiplos que compõem a produção audiovisual. Com gravações em Natal/RN, Recife/PE e Fortaleza/CE, foi gerado o documentário "Arialdo Pinho: uma trajetória des-viável", com duas versões: o longametragem, com 67 minutos e a versão curta (reduzida, selecionada para festivais de cinema), com 15 minutos. Ambas possiblidades configuram-se como uma importante ferramenta educacional a mais para o ensino da arquitetura e urbanismo, em virtude de sua praticidade e mobilidade de exibição, pela possibilidade múltipla de instigar questionamentos e oferecer interpretações distintas para os temas propostos, proporcionar novos olhares para a paisagem edificada e natural das cidades, para a história das pessoas, dar voz aos documentos esquecidos e desconhecidos e, por fim, apresentar personagens nem sempre (re)conhecidos pela história da cidade e da arquitetura.
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