SILVA, Adielson Pereira da. Cartografia histórica da vegetação do Rio Grande do Norte: análise documental e geoespacial para a gestão do território (século XX). 2020. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2020. Orientador: Raimundo Nonato Júnior

Componentes: Adielson Pereira da Silva
Resumo: A cobertura vegetal terrestre desde muito despertou interesse da humanidade, que no decorrer dos tempos a ela se voltou de maneiras diversas para o conhecimento de suas características biológicas, ecológicas e geográficas, além da descoberta das potencialidades para sua exploração. Em meio a essa constelação de interesses, a Cartografia chega ao século XX consolidada como importante ferramenta técnica de leitura, interpretação e planificação da cobertura do solo, servindo na identificação dos grupos florísticos e na sua explicação em conjunção com os demais elementos espaciais, a partir disso servindo ao atual desafio de equacionar as necessidades de utilização e preservação. Em várias ocasiões no decorrer do mencionado século, os mapas de vegetação do Rio Grande do Norte elaborados por instituições tais como a Inspetoria de Obras Contra as Secas (IOCS), a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) e o RADAMBRASIL, dentre outros, são reflexo e processo dessa busca de conhecimento para a ação planificada. Em face disso, esta dissertação se pautou no objetivo de entender o papel da cartografia da cobertura vegetal, elaborada pelas Instituições governamentais, na constituição e gestão socioambiental do território potiguar. Para tal, se estabeleceu uma base metodológica multirreferencial composta pelos preceitos da História da Cartografia, na análise do contexto dos mapas antigos, e da Análise Geoespacial, aplicada aos produtos Landsat obtidos nos últimos 16 anos do período. O exame do conjunto cartográfico apresentou os mapas de vegetação como elemento parte do meio técnico, que lança luz aos interesses espaciais da sociedade, sejam eles econômicos ou ecológicos, ao passo que os contornos do processo de antropização também são registrados. Diante disso, a empiria também reafirmou as dimensões epistemológica e teórica da cartografia - respectivamente relativas ao saber e a interpretação e análise -, uma vez que tanto as peças antigas quanto as elaboradas para o estudo sustentaram a reflexão geográfica dos processos socioambientais, permitindo a compreensão das transformações e reestruturações ocorridas em determinados lugares do território potiguar, cujos reflexos se observam na paisagem e na região, mas que na gestão territorial podem ser pensados como recurso e ferramenta.

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