PEREIRA, Marizo Vitor; NOBRE, Paulo José Lisboa; FURUKAVA, Camila; OLIVEIRA, Aquiles Alberto Pina. Edifício do IPASE em Natal/RN: o "mais moderno da cidade", em 1955. 8º Seminário Docomomo Brasil, Rio de Janeiro. 2009.

Resumo:

O Plano de modernização da cidade do Natal tem início nos primeiros anos do século XX. Em 1929, chegou à cidade o arquiteto italiano Giacomo Palumbo, para a execução do que George Dantas (1988) considerou o marco do "segund momento-chave" das intervenções urbanísticas na cidade; culminando com a execução e implementação parcial desse plano, pelo escritório Saturnino de Brito, nos anos 30. Introdutor da estética moderna em Natal (SEABRA DE MELO, 2004), fez surgir propostas arquitetônicas de edifícios relacionados com o funcionamento do saneamento e com as necessidades da cidade, embora o Edifício Sede da Repartição de Saneamento tenha sido um dos poucos que saíram do papel. Após as inserções precursoras da arquitetura moderna, os anos cinquënta - continua Seabra de Melo - viram, finalmente, a chegada em Natal da arquitetura moderna, nos projetos de linhas arrojadas, geométricas, com as fachadas desprovidas de ornamentos, caracterizando a estética e a tectônica racionalista [através de projetos oriundos do Recife e Rio de Janeiro]. O edifício estudado neste artigo se situa na Esplanada Silva Jardim, bairro da Ribeira, na cidade do Natal/RN, hoje sendo conhecido como Edifício Café Filho. Foi projetado pelo arquiteto carioca Raphael Galvão Júnior, filho do também arquiteto Raphael Galvão, tendo sido inaugurado em 1955, pelo presidente da República João Café Filho. Quase que totalmente ausente da relação dos edifícios destacados pelos estudiosos da arquitetura moderna local, além de ter sido o primeiro edifício em altura da cidade, à época de sua construção - também tendo sido considerado o mais moderno; ele se ergue majestoso em oito pavimentos, mostrando nítida influência da Escola Carioca. Este artigo pretende enfatizar o devido valor arquitetônico inerente a esse projeto, principalmente enquanto proposta de arquitetura moderna e, sua inserção no meio urbano, centro nervoso da cidade, à época. Ao mesmo tempo, pretende resgatar seu merecido lugar na seleção dos ícones da produção local, reiterando a importância das instituições públicas na divulgação da arquitetura moderna, por todo o país.

Palavras-chave: Modernização. Arquitetura Moderna. Natal. 



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