Coord. Profa. Dra. Angela Lúcia Ferreira. Territórios "enfermos": conflitos e soluções na relação técnica-natureza (1880 a 1940) (PVG18316-2020)

Coordenação: Profa. Angela Lúcia Ferreira. (PVG18316-2020)
Componentes: Pesquisadores: Adriano Wagner da Silva / Akla Rebeca Lemos de Oliveira /Angela Lucia de Araujo Ferreira / Anna Karoline da Silva Santos / Anna Rachel Baracho Eduardo Julianelli / Antonio Carlos Leite Barbosa / Barbara Gondim Lambert Moreira / Caliane Christie Oliveira de Almeida Silva / Carlos Jerónimo Mazza / Daniel de Almeida Moratori /Doralice Sátyro Maia / Elizangela Justino De Oliveira / Frederico Augusto Luna Tavares / Gabriel Leopoldino Paulo de Medeiros / George Alexandre Ferreira Dantas /Helio Takashi Maciel De Farias / Igor Carlos Feitosa Alencar / José María Beascoechea Gangoiti / Luiza Maria Medeiros De Lima / Manuel Montero García / Maria Berthilde De Barros Lima e Moura Filha / Maria Helena de Andrade Azevedo / Maria Simone Morais Soares / Nirvana Ligia Albino Rafael de Sá / Paula Dieb Martins / Paulo Jose Lisboa Nobre / Pedro Alberto Novo López / Perla Ana Bruno / Rebeca Grilo De Sousa / Rubenilson Brazao Teixeira / Susana Serrano Abad / Tamms Maria da Conceicao Morais Campos / Thaysa Fernandes Teixeira / Tiago Cargnin Gonçalves / Wilma Guedes De Lucena / Yuri Simonini Souza
Período: 2020 - Atual
Resumo:

O entendimento das dinâmicas e proporções da disseminação do novo Coronavírus permite equiparar cenários em diversas escalas, traçando panoramas futuros a partir de dados pretéritos e reforçando a estreita relação cidade-território e saúde pública. Os surtos, epidemias e pandemias são comuns na história e acabam se repetindo ao longo do tempo. As cidades ocidentais, com maior ênfase, desde fins do século XIX tiveram de confrontar problemas ambientais e de insalubridade, em que preceitos médicos higienistas fundamentaram estudos e intervenções urbanas e territoriais, concretizadas, principalmente pelos engenheiros sanitaristas até a metade do século XX. O Grupo de Pesquisa História da Cidade, do Território e do Urbanismo (HCUrb) iniciou suas atividades em 1998, justamente com a inquietação gerada por tais questões e temas, cujos desdobramentos apontaram para a problemática da territorialização e a construção de conhecimentos e formação de profissionais para solucionar os impasses na relação técnica-natureza. Destarte, a proposta ora apresentada, se delineia no esforço para entender o emprego, tensões e desdobramentos do saber técnico-científico sobre o meio natural e construído nos debates, estudos, ações de enfrentamento às adversidades ambientais, às insalubridades e às enfermidades e suas relações com as cidades, o território e as condições de vida no final do século XIX e primeiras décadas do século XX. Com a bagagem construída ao longo de seus 22 anos, o HCUrb traz à tona a discussão do problema contemporâneo, acreditando que entendê-lo pressupõe a compreensão, numa perspectiva histórica, dos processos sociais e das formas espaciais. O estudo apresenta uma abordagem transdisciplinar, mas também transnacional, estendendo a análise, antes focada na cidade para o âmbito territorial e para a relação entre cidades nas diferentes redes urbanas, num estudo que interconecta Brasil, Argentina e Espanha. A relação entre território, urbano, condições de vida, emergência de focos epidêmicos, situação de insalubridade e a busca por soluções na esfera de obras, normativas, planos e criação de espaços saudáveis em contraposição à cidade "enferma" são temas concernentes. O HCUrb e demais grupos envolvidos nesta proposta - GPUR/UFERSA, GeUrb/UFPB, HUPyP/UPV e GECyPU/UNMd -, se debruçarão sobre os temas pertinentes correlatos, desenvolvendo projetos específicos dentro dos seguintes eixos de pesquisa: 1) Higienização das moradias, modos de morar e posturas municipais e Códigos de obra; 2) Circulação de pessoas e de mercadorias e disseminação de enfermidades e de epidemias; 3) Irregularidades pluviométricas e soluções técnicas na cidade e no campo; 4) Cidades insalubres, lugares saudáveis e planos urbanos, intervenções urbanísticas e territoriais; 5) Densidade populacional, relações de trabalho e condições de vida. Essas vertentes foram delineadas a partir das perspectivas de caminhos de análises exemplificadas na Geografia Histórica, História Ambiental, Historia Urbana e História da Cartografia. Interlocução que atenta para o caráter transdisciplinar do problema em estudo, permitindo assim construir um ferramental teórico-metodológico que possibilite estudar as nuances da relação homem e natureza