SOUSA, Rebeca Grilo. Da cidade colonial à metrópole modernizada: Lima Barreto e as reformas urbanas do Rio de Janeiro no início do século XX. 2013. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Arquitetura e Urbanismo) - Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Natal, 2013. Orientador: George A. F. Dantas

Período: 2013
Resumo:

  As transformações urbanas mobilizadas por Pereira Passos no Rio de Janeiro do início do século XX remodelavam a urbe de aspectos coloniais para uma cidade embelezada e salubre. Neste espaço de efervescência de mudanças urbanas, imagéticas e sociais, pululavam questionamentos sobre a cidade em construção e a cidade que deveria ser construída, tendo em vista que as reformas engendradas se concentravam no centro antigo e na zona sul da cidade - que possuía status de nobreza - enquanto a zona norte da cidade passava a abrigar as classes populares atingidas pelas demolições de moradias e pelo aumento dos aluguéis no centro antigo fluminense. A visão do morador do subúrbio, uma testemunha das transformações urbanas é aqui representada pelo escritor Lima Barreto; sua obra apresenta a sua visão particular da cidade que, por vezes, era a mesma partilhada por aqueles que nada puderam interferir na nova cidade em construção. Para tanto, as representações sobre a dimensão material da cidade em romances e contos barretianos foram confrontadas com as representações em publicações periódicas e outras publicações literárias da época que se ativeram ao mesmo aspecto. De um modo geral, Lima Barreto apresentou o Rio de Janeiro remodelado por Pereira Passos como uma cidade que reproduzia o que havia sido feito na Paris de Haussmann e, portanto não possuía identidade, além de ser ostensiva, desigual, segregadora e preconceituosa. Mesmo que Barreto não se opusesse a modernização da urbe, este propôs a construção de uma cidade modernizada atendesse aos reais condicionantes físicos, sociais, e culturais, além disto, que se pensasse na preservação da memória da cidade através da manutenção de seus edifícios antigos antes mesmo que o IPHAN fosse institucionalizado no Brasil. O estudo da história urbana propõe, também, a reflexão e contextualização sobre os processo contemporâneos de transformações urbanas. 


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